Mudança de pele: que cuidados deve ter com o seu réptil de estimação?
Saúde

Tem um réptil em casa? Então saiba que cuidados deve ter com o seu amiguinho na altura da mudança da pele

Descubra como lidar com esta mudança de "fato" e como manter o seu pet saudável.


A mudança de pele nos répteis de estimação pode parecer estranha à primeira vista, mas é tão normal para eles como cortar o cabelo é para nós. Cobras, lagartos e outros pequenos "dragões domésticos" renovam a pele regularmente para acompanhar o crescimento e manter o corpo saudável. Entender quando isso acontece e que cuidados devemos ter torna o processo mais fácil para o tutor e muito mais confortável para o animal.

A mudança de pele, chamada de muda ou ecdise, é um processo totalmente normal nos répteis de estimação, mas pode assustar quem está a começar neste mundo escamoso. Ao contrário de nós, que vamos renovando a pele aos poucos, os répteis trocam a "roupa" de uma vez (ou em grandes placas), porque a sua pele não cresce juntamente com o corpo. À medida que o animal aumenta de tamanho, a pele antiga deixa de servir e é substituída por uma nova, brilhante e funcional. É um sinal de crescimento e, muitas vezes, também de boa saúde, embora algumas mudas problemáticas possam indicar que algo não está bem no ambiente ou na rotina de cuidados.

Quando é que isso acontece? Depende da espécie, da idade e até do estado geral do animal. Répteis jovens mudam de pele com muito mais frequência, porque estão em fase de crescimento acelerado, por isso é tão comum ver uma jovem cobra ou lagarto a mudar de pele várias vezes ao longo do ano. Já os adultos fazem mudas mais espaçadas, ligadas a fatores como mudanças de estação, reprodução, recuperação de feridas ou simplesmente manutenção da pele. Também é normal que o animal fique um pouco mais rabugento, com o apetite reduzido e os olhos enevoados ou esbranquiçados nos dias que antecedem a muda. 

Um dos cuidados mais importantes é garantir a humidade correta, porque pele seca e ambiente seco levam a complicações na muda. Espécies de clima mais húmido, como muitas serpentes tropicais e geckos, precisam de terrários com uma boa gestão de humidade, caixas de muda com substrato húmido (musgo, por exemplo) e acesso a água limpa para se hidratarem. Já espécies de clima mais árido não devem viver num sauna constante, mas mesmo assim beneficiam de pontos localizados com humidade um pouco mais elevada durante a fase de muda. Se a pele começa a ficar presa na ponta da cauda, nos dedos ou à volta dos olhos, é um sinal de que o ambiente pode estar demasiado seco.

Outra dica essencial: nunca puxe a pele à força, por muito tentador que seja ajudar. Aquele pedaço de pele teimoso que não quer sair pode ainda estar preso a tecido sensível, e puxar pode causar feridas, sangramento e até perda da pontinha da cauda ou dedos nos casos mais graves. O que pode fazer, de forma segura, é oferecer banhos tépidos (para espécies que toleram água), aumentar ligeiramente a humidade do terrário ou usar uma toalha suave e húmida para o animal se esfregar. Pense nisso como oferecer um spa e não uma sessão de depilação agressiva.

Durante a muda, também é boa ideia reduzir o manuseio, respeitar o mau humor temporário e garantir que a alimentação se mantém adequada, mesmo que o apetite baixe durante alguns dias. Uma boa nutrição, com vitaminas e minerais apropriados à espécie, condições corretas de aquecimento e iluminação UVB, quando necessária, ajudam a que a nova pele cresça saudável.

Se notar pele velha constantemente presa, olhos sempre opacos, feridas, cheiro desagradável ou o animal a parecer letárgico e fraco, é altura de falar com um veterinário especializado em animais exóticos.