Se já passeou com o seu cão, provavelmente presenciou esta cena: dois cães encontram-se, aproximam-se calmamente e, antes de qualquer brincadeira ou abanar de cauda, dão início a uma investigação cheirosa, normalmente focada na parte traseira um do outro. Para nós, humanos, pode parecer estranho ou até embaraçoso, mas para os cães é simplesmente etiqueta social.
O olfato do cão é extraordinário, pois estima-se que seja entre 10.000 a 100.000 vezes mais apurado do que o nosso. Enquanto nós vemos o mundo principalmente com os olhos, os cães interpretam-no através do nariz, em que cada cheiro é como uma “mensagem codificada” com informações detalhadas. E quando dois cães se encontram, o nariz entra em ação para decifrar essa mensagem.
As glândulas anais dos cães produzem secreções únicas, que funcionam como uma espécie de impressão digital química. Ao cheirar essa zona, os patudos conseguem saber se o outro é macho ou fêmea, qual é o seu estado reprodutivo, o que comeu recentemente, o seu nível de stress e até pistas sobre a sua identidade individual.
Este comportamento tem várias funções importantes como ajudar os cães a identificar membros de um grupo ou desconhecidos, transmitir estados emocionais e intenções e reduzir conflitos, ao obter informações de forma rápida, os cães evitam lutas desnecessárias.
Por isso, é tão importante não puxar o cão abruptamente quando ele tenta cheirar outro. Claro que deve haver supervisão para garantir segurança e respeito mútuo, mas este ritual faz parte da linguagem natural dos cães e, permitir o cumprimento olfativo, ajuda-os a socializar de forma saudável.
Para os cães, cheirar é muito mais do que curiosidade. É comunicação, reconhecimento e etiqueta social. Se para nós um aperto de mão é suficiente, para eles o verdadeiro “olá” vem através do nariz. Da próxima vez que vir dois cães neste ritual, lembre-se: estão apenas a trocar informações importantes na sua linguagem canina única.