Do deserto ao gelo. Conheça as 5 raças de cães mais raras e surpreendentes do mundo
São cães com histórias antigas, funções muito específicas e números tão reduzidos que alguns estão em risco de desaparecer.
Há muito mais no mundo canino do que labradores, pastores-alemães e pugs. Espalhadas pelo planeta, existem raças tão raras que a maioria das pessoas nunca as viu ao vivo, algumas contam-se às centenas, outras a poucas dezenas de exemplares registados. São cães com histórias antigas, criados para tarefas muito específicas, desde caçar em falésias escarpadas até patrulhar desertos e vilas isoladas.
Hoje, viajamos da Noruega ao Norte de África para conhecer 5 das raças de cães mais raras do mundo, perceber de onde vêm, que características únicas têm e por que razão, apesar de fascinantes, continuam praticamente invisíveis fora de pequenos círculos de criadores e apaixonados.
Norwegian Lundehund, o acrobata caçador de papagaios-do-mar

O Norwegian Lundehund vem das ilhas rochosas da Noruega e foi criado para caçar papagaios-do-mar em falésias quase inacessíveis. Tem seis dedos em cada pata, todos funcionais e consegue dobrar o pescoço para trás até tocar nas costas. Com a proibição da caça a estas aves, a raça quase desapareceu. Hoje existem poucos exemplares no mundo e clubes de raça dedicados a mantê-la viva.
Otterhound, mais raro do que o panda

O Otterhound é um grande cão de caça britânico, criado para perseguir lontras nos rios da Inglaterra. A atividade foi proibida em 1978, e com esta decisão o número de cães começou a cair drasticamente. Porque é tão raro? Estima-se que existam menos de 1000 otterhounds em todo o mundo. Em 2016, por exemplo, foram efetuados apenas 41 registos no Kennel Club britânico, colocando-o entre os cães nativos mais ameaçados. É um gigante gentil, peludo, com pés palmados e um amor infinito por água, mas precisa de espaço e tutores experientes.
Azawakh, o galgo do Sahel

Elegante, altíssimo e muito magro, o Azawakh vem da região do Sahel, em países como Mali, Níger e Burkina Faso. É um galgo africano usado há séculos por povos nómadas como os Tuareg para guarda e caça. Distingue-se pelo corpo extremamente esguio, com músculos bem definidos e pouco tecido gordo, e pelo seu temperamento reservado com estranhos, mas muito ligado à sua família e ao grupo de cães com que vive.
Thai Ridgeback, o guardião quase desconhecido fora da Tailândia

O Thai Ridgeback é um cão antigo originário das províncias de Chanthaburi e Trat, no leste da Tailândia. Durante séculos viveu praticamente isolado, usado como cão de guarda e de caça. É um cão musculado, de pelo curto, conhecido pela grande lealdade e pela necessidade de exercício diário intenso. Por muito tempo quase não saiu da Ásia e só nas últimas décadas começou a aparecer em exposições internacionais, continuando, no entanto, a ser uma raça rara e pouco vista na Europa ou América.
Sloughi, o galgo árabe em risco de cair no esquecimento

Menos famoso do que o Greyhound ou o Galgo Espanhol, o Sloughi é conhecido como o galgo árabe, tradicional da região do Magrebe (Marrocos, Tunísia, Argélia). Era usado para caçar em terrenos desertos e semi-áridos, mas as guerras, mudanças sociais e restrições à caça reduziram drasticamente a sua população. Em listas recentes de clubes internacionais, o Sloughi aparece entre as raças com menor número de registos anuais, lado a lado com o Azawakh e o Norwegian Lundehund. É um cão sensível, elegante e muito ligado a uma única pessoa ou família.