Ver um animal selvagem ferido dá aquele aperto no peito e a vontade imediata de “salvar já”. Ajudar é possível, e pode fazer toda a diferença, mas há forma correta de o fazer, para não agravar a situação nem pôr ninguém em risco.
Segurança e observação
Garanta que está seguro. Analise o trânsito, penhascos e observe o animal durante 1 a 2 minutos para perceber que espécie é, onde está, o que aconteceu e se há perigo imediato. Muitos juvenis não estão “abandonados”. Por exemplo, pássaros em fase de voo passam dias no chão com os pais por perto e tirá-lo do local pode fazer mais mal do que bem.
Ligue para as autoridades competentes
Em Portugal, o contacto base é a Linha SOS Ambiente e Território do SEPNA/GNR – 808 200 520 (24h). Descreva o que vê, para que possam encaminhar e articular recolhas com a autoridade correta. Em alternativa, utilize o formulário SOS Ambiente online no site da GNR. Em zonas urbanas, também o podem orientar para um Centro de Recuperação para a Fauna Selvagem autorizado pelo ICNF. Se estiver perto de Lisboa, por exemplo, o LxCRAS no Monsanto recebe animais terrestres autóctones.
O que pode fazer no local (se lhe pedirem para intervir)
Mantenha a calma, fale baixo e evite multidões. Se for seguro e lhe pedirem para recolher temporariamente o animal, use luvas e coloque o animal numa caixa de cartão perfurada, com uma toalha ao fundo, escura e tranquila. No caso de aves, evite usar gaiolas de rede, mantenha a temperatura amena e evite manusear.
Se as autoridades lhe pedirem para transportar
Leve a caixa fechada no chão do carro, em silêncio, sem música e se tiver miúdos no carro explique-lhes que não podem espreitar. Dirija-se para o local indicado e relate tudo o que observou, onde foi encontrado, hora e circunstâncias. Essa informação é valiosa para o diagnóstico e a reintrodução à natureza.
O que não fazer (mesmo que custe)
Não tente criar o animal em casa. É ilegal manter fauna selvagem em cativeiro sem autorização e, além disso, o animal pode ficar domesticado e reduzir as chances de regressar à natureza, em segurança. Não publique localizações exatas de ninhos ou de espécies sensíveis nas redes sociais, pois pode atrair curiosidade indesejada e "caçadores".
E depois do resgate?
Os centros de recuperação trabalham para tratar e devolver o animal ao habitat. Se quiser ajudar, há muitos centros que aceitam donativos, voluntariado ou material como toalhas, caixas e luvas.
Da próxima vez que encontrar um animal ferido ou desorientado, siga estas indicações. Temos a certeza que pode fazer toda a diferença.