A rotina é o melhor presente. Siga estas 4 dicas para ajudar os seus patudos a lidarem com o caos das festas
Cães e gatos sentem as mudanças de ritmo da família e podem ficar mais agitados ou ansiosos.
Para muita gente, Natal e Ano Novo são sinónimo de horários trocados, refeições intermináveis e noites mais longas. Mas para os nossos amigos de quatro patas, pode ser símbolo de muito caos. Cheiros diferentes, pessoas novas em casa, barulho, mudanças na arrumação, árvore de Natal no meio da sala. No meio disto tudo, há uma coisa que os ajuda imenso a sentirem-se seguros: a rotina.
Os animais vivem muito da previsibilidade. Saber, mais ou menos, quando comem, quando passeiam, quando têm tempo de descanso, dá-lhes uma sensação de controlo sobre o mundo. Quando essa estrutura desaparece, é muito mais provável ver cães super excitados, a ladrar por tudo e por nada, gatos escondidos debaixo da cama, "acidentes" pela casa e comportamentos estranhos. Por isso, mesmo em plena época festiva, vale muito a pena fazer um esforço para manter a rotina o mais normal possível.
1. Horários de comida
Comece pelo básico, a hora da refeição. Se o cão ou gato costuma comer sempre à mesma hora, tente manter essa referência, mesmo que vá jantar mais tarde ou almoçar fora. Pode dar a refeição antes de os convidados começarem a chegar, deixar tudo preparado com antecedência e, claro, evitar dar em demasia para o animal "aguentar" mais tempo.
Um animal que come à hora do costume e não passa a festa a receber restos e guloseimas tem muito menos probabilidade de ficar com desconforto gastrointestinal, diarreias, vómitos ou dor de barriga o que, por si só, já diminui o stress. E atenção: aquela cara de "coitadinho" enquanto toda a gente come peru é normal e só tem de resistir, por mais difícil que seja.
2. Passeios em dia: gastar energia certa, na altura certa
No caso dos cães, as idas à rua são o grande regulador de energia e de emoções. Se, por causa das festas, os passeios ficam mais curtos ou são dispensados, há uma boa hipótese de ter um cão mais agitado dentro de casa, a ladrar mais e a puxar mais à trela quando finalmente sai.
Tente manter, tanto quanto possível, os mesmos horários de saída, por exemplo, de manhã e ao fim da tarde. Se sabe que à hora da ceia vai ser impossível sair, antecipe um passeio mais longo e rico em cheiros, para ele chegar a casa mais satisfeito e relaxado. Um cão que gastou energia de forma adequada lida melhor com a excitação extra de ter mais gente em casa.
3. Brincadeiras e atenção normais (não é só quando sobrar tempo)
É muito fácil, no meio de cozinhar, arrumar, receber visitas e trocar presentes, que o animal passe o dia inteiro meio esquecido. Para ele, isso traduz-se em frustração, pois vê toda a gente ocupada. Ele não entende o porquê e acaba por tentar chamar à atenção de formas nem sempre simpáticas, como ladrar, puxar, morder objetos ou saltar para cima dos convidados.
Reservar 10 a 15 minutos de brincadeira em momentos-chave pode mudar completamente o comportamento do animal ao longo do dia. Por exemplo, de manhã, antes da loucura começar, uma sessão de jogo com bola, corda ou varinha (para gatos), a meio da tarde, um brinquedo interativo com comida e ao final da noite, um bocadinho de mimos ou escovagem num sítio mais calmo.
4. Manter os rituais de sempre
Se tens pequenos rituais diários com o teu cão ou gato — o biscoito da noite, o colo no sofá depois do jantar, a brincadeira rápida antes de dormir — tenta não os eliminar durante as festas. Podem durar menos tempo, mas é importante que **não desapareçam totalmente**.
Esses rituais funcionam como “âncoras” na cabeça do animal: algo que indica que, apesar da confusão, a vida continua parecida. Ajuda a reduzir a ansiedade e a dar previsibilidade, principalmente a animais mais sensíveis a mudanças.
Porque é que tudo isto ajuda os nossos patudos a ficarem mais calmos?
Quando mantém, dentro do possível, os horários de refeição, passeios, brincadeiras e mimos, é como se estive a transmitir ao seu amigo de 4 patas que mesmo que a casa esteja um pouco mais mexida que o habitual, ele continua a fazer parte da família e a ter o seu papel. Isso reduz a sensação de ameaça, ajuda a evitar comportamentos de stress, como ladrar excessivo, destruição, esconderijos extremos ou agressividade por medo, e torna as festas mais agradáveis para todos.