Manter pulgas, carraças e lombrigas à distância não tem de ser um drama nem uma aula de química. A grande diferença entre desparasitantes internos e externos é simples: uns tratam o que vive por dentro, outros atacam o que morde por fora. A partir daqui, é uma questão de escolher o alvo certo, a forma mais prática para si e para o seu amigo de quatro patas, e um calendário que consiga cumprir sem falhas.
Os desparasitantes internos atuam contra vermes redondos e achatados, e em alguns casos contra protozoários. Funcionam ao paralisar ou matar os parasitas no tubo digestivo para que o organismo os elimine, e podem ser tomados em comprimidos, pastas, líquidos e até em algumas pipetas combinadas. Em cachorros e gatinhos, o plano é mais apertado nas primeiras semanas de vida, porque são esponjas para tudo o que é parasita. Nos adultos, a regra prática é desparasitar de três em três meses, ajustando consoante o estilo de vida, resultados de análises de fezes e se há crianças ou pessoas vulneráveis em casa.
Do outro lado da barricada estão os desparasitantes externos, focados em pulgas, carraças, ácaros e, por vezes, mosquitos. Aqui a magia acontece na pele e no pelo: há produtos que matam quando o parasita morde ou toca no sebo, e outros que repelem, evitando a picada, muito útil em áreas onde há leishmaniose. Existem pipetas fáceis de aplicar, comprimidos mastigáveis que não se perdem no banho, coleiras de longa duração que fazem guarda silenciosa meses a fio, e sprays ou shampoos que ajudam em situações pontuais.
A grande diferença prática entre internos e externos está também no ritmo. Os internos funcionam por “pulsos”. Damos a dose e o nosso pet fica protegido até à próxima. Os externos pedem continuidade, por isso convém ter sempre um escudo ativo, seja mensal, bimensal ou trimestral conforme o produto.
Há mitos teimosos que vale a pena largar. O clássico “não sai de casa, não precisa” ignora que pulgas chegam em mochilas e tapetes, e que alguns parasitas internos aparecem por caça a insetos no parapeito ou por alimentos crus. Outro é o “uso quando vejo”. Quando ficam visíveis, já existe uma população instalada.
A proteção dos patudos é essencial. Respeite o calendário de desparasitação e consulte o seu veterinário sempre que necessário.