Pele seca, comichão e pelo baço. Como é que o inverno afeta os nossos cães e gatos
Saúde

Pele seca, comichão e pelo sem brilho. Como é que o inverno afeta os nossos amigos patudos

Descubra como a estação fria afeta a pele dos animais e que cuidados pode tomar.


No inverno, não somos só nós que sentimos a pele mais seca e sensível. Cães e gatos também sofrem com o ar frio lá fora e o ar seco dentro de casa, causado por aquecedores e falta de humidade. O resultado pode ser pele ressequida, comichão, caspa visível no pelo e aquele aspeto baço que faz o animal parecer "despenteado", mesmo que esteja saudável por dentro. Em alguns casos, o desconforto é tanto que o cão ou gato começa a coçar-se, lamber-se ou morder a pele em excesso, abrindo caminho para irritações e infeções.

O frio por si só não é o maior vilão. O problema está nas mudanças bruscas de temperatura e na quebra da barreira natural da pele. Os banhos demasiado frequentes (ou com champôs pouco adequados), a água muito quente e a secagem agressiva contribuem para retirar a oleosidade natural que protege a pele e mantém o pelo brilhante.

Em animais com pele sensível, alergias ou doenças dermatológicas pré-existentes, o inverno pode ser o gatilho perfeito para agravar o quadro com mais comichão, mais vermelhidão e mais lambidelas insistentes, sobretudo em zonas como barriga, patas e base da cauda.

Também dentro de casa o ambiente conta muito. Aquecedores e ar condicionado ligados durante horas reduzem a humidade do ar, o que facilita a secura da pele de cães e gatos, tal como acontece connosco. O tutor pode notar "caspa" no pelo, um cheiro diferente na pele ou até pequenas falhas de pelo em zonas onde o animal se coça mais. Nessas alturas, faz diferença apostar em pequenos ajustes, nomeadamente evitar que durmam diretamente em superfícies frias, usar mantas e camas confortáveis, afastar o local de descanso de correntes de ar e tentar manter o ambiente minimamente húmido, por exemplo, com um humidificador ou simplesmente não exagerando no aquecimento.

A rotina de higiene também merece revisão na época fria. No inverno, muitos cães não precisam de tantos banhos, e os gatos saudáveis geralmente dão conta da limpeza sozinhos. Quando o banho é necessário, deve usar-se água morna, champôs suaves próprios para a espécie e, se o veterinário recomendar, produtos hidratantes ou específicos para pele sensível. Secar bem é fundamental, mas sem excesso de calor direto concentrado sempre no mesmo ponto. Escovar com regularidade ajuda a remover pelo morto, estimular a circulação e distribuir a gordura natural da pele ao longo do manto, deixando-o mais brilhante e protegendo melhor contra o frio.

Por fim, não se pode esquecer que pele e pelo também refletem o que se passa por dentro. Alimentação desequilibrada, pouco aporte de ácidos gordos essenciais ou problemas de saúde podem manifestar-se mais no inverno, quando a pele já está fragilizada. Se notar sinais persistentes de comichão intensa, feridas, queda de pelo localizada ou mudança súbita no aspeto do manto, o passo certo é falar com o médico veterinário.

Entre algum bom senso nos cuidados diários, ambiente mais confortável e, quando necessário, apoio profissional, é possível atravessar o inverno com menos pele seca, menos comichão e muito mais tempo para se enroscar no sofá com o seu patudo.