Cão recebe carinho enquanto se investiga se também sofrem de AVC
Saúde

O caso de Nuno Markl leva-nos a pensar: os cães podem mesmo pressentir que o dono está a ter um AVC? Nós temos a resposta!

Há muitos doentes e familiares que recordam um detalhe em comum: no dia do AVC, o cão lá de casa estava diferente.


Quando se fala de cães a adivinharem as doenças dos donos, é fácil entrar em terreno de mito. No caso do AVC (Acidente Vascular Cerebral), a pergunta impõe-se: podem eles mesmo sentir que um AVC está a acontecer ou prestes a acontecer?

Há já bastante investigação a mostrar que os cães conseguem detetar algumas doenças, como reconhecer quedas de açúcar em pessoas com diabetes, através do cheiro, alertar para crises epiléticas e até reconhecer o cancro, através da identificação de compostos específicos no hálito, urina ou suor. Nestes casos, os cães reagem a alterações químicas e mudanças de comportamentos que os humanos não conseguem notar tão cedo. 

No caso de AVC, o mais correto é dizer que eles percebem que algo não está bem com o dono, não que antecipem o AVC como tal. Graças ao olfato e à sensibilidade ao comportamento humano, podem reagir a pequenas alterações na postura, no equilíbrio, no tom de voz, na respiração ou até no cheiro corporal, que surgem quando a pessoa já está em mal-estar ou em stress. Para o cão, isso traduz-se em estranheza: alguns ficam mais colados ao tutor, deitam-se em cima dele, não o largam, choramingam ou mostram inquietação súbita. Nós é que, depois, olhamos para esse comportamento e lemos nele um pressentimento.

Foi exatamente essa leitura que muitos fizeram no caso de Chiclete, a cadela de Nuno Markl. Horas antes do humorista sofrer um AVC, partilhou uma fotografia em que aparecia no sofá, quase "soterrado" debaixo da cadela, a comentar que ela naquele dia não o largava por nada. À luz do que a ciência sabe, é provável que ela estivesse a reagir a sinais precoces de cansaço ou mal-estar do dono. Ainda assim, este episódio mostra bem como a proximidade emocional entre um cão e o seu tutor pode chamar à atenção, na hora certa, para o facto de que algo não está bem.

Se o seu cão estiver estranhamente inquieto ou colado a si e sentir algum sintoma como perda de força repentina, dificuldades na fala ou dores de cabeça súbitas e intensas, não pense que vai passar. Chame ajuda médica de imediato. O seu cão pode estar a ser o empurrão emocional que precisa para parar de ignorar o que o seu corpo está a tentar transmitir.