Já fez o check-up anual do seu animal de estimação? É mais importante do que imagina
Saúde

Já fez o check-up anual do seu animal de estimação? É mais importante do que imagina

Levar o cão ou o gato ao veterinário apenas quando está doente é arriscado. Muitas doenças evoluem em silêncio e só dão sinais quando já vão avançadas.


Levar o cão ou o gato ao veterinário só quando está doente é um clássico… e pode ser um erro. Tal como acontece connosco, muitas doenças em animais começam de forma silenciosa, sem sinais óbvios em casa. Quando se nota alguma coisa estranha, em muitos casos o problema já vai avançado. É aqui que entram os check-ups regulares, anuais ou semestrais, consoante a idade e o estado de saúde, uma vez que servem para detetar cedo o que ainda não se vê a olho nu.

Num check-up, o veterinário não está só a ouvir o coração e a ver os dentes. Ele avalia o peso, condição corporal, estado da pele e do pelo, olhos, ouvidos, boca, palpação abdominal, auscultação cardíaca e respiratória, articulações, comportamento, entre outros pontos. Muitas clínicas recomendam ainda, sobretudo em animais a partir dos 7 ou 8 anos, análises ao sangue e à urina com alguma regularidade para diagnosticar problemas renais, hepáticos, endócrinos (como diabetes ou alterações da tiroide), anemia, inflamações crónicas e outros. À superfície pode parecer que está tudo bem, mas os resultados podem contar outra história.

Para cães e gatos idosos, ou com doenças crónicas (cardíacos, renais, diabéticos), faz ainda mais sentido falar de check-up semestral em vez de anual. Nestes casos, meia dúzia de meses podem fazer a diferença entre apanhar uma descompensação ainda em fase inicial ou só quando já há sintomas marcados, como falta de apetite, vómitos, perda de peso, dificuldade respiratória ou colapsos. Ajustar a medicação, rever a dieta ou iniciar um tratamento mais cedo pode garantir anos de qualidade de vida.

Outra vantagem dos check-ups é que são o momento ideal para atualizar prevenção: vacinas, desparasitações internas e externas, controlo de pulgas, carraças e flebótomos (no caso da leishmaniose), discussão sobre proteção no verão e no inverno, peso ideal, alimentação adequada à fase de vida. É também a altura certa para esclarecer dúvidas do dia a dia: "Este comportamento é normal?", "Esta ração serve?", "Este barulho quando sobe escadas é preocupante?", em vez de tentar consultar o "Dr. Google".

E há ainda um ponto que muitas vezes passa despercebido. Habituar o animal a ir ao veterinário sem ser sempre em contexto de dor ou emergência. Se só vai quando está muito mal, associa o local a experiências negativas. Com consultas de rotina, mais calmas e curtas, com mimos e snacks, é mais fácil que o cão ou gato tolere melhor o ambiente clínico, o que facilita tudo quando for mesmo preciso fazer exames ou tratamentos.

O check-up anual (ou semestral, para quem precisa) deve ser encarado como manutenção básica. Pode parecer mais uma despesa a curto prazo, mas a médio e longo prazo poupa sofrimento ao animal, ansiedade à família e, muitas vezes, dinheiro em grandes tratamentos que podiam ter sido evitados ou adiados com prevenção.

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