É raro ver um cão sem aquele narizinho brilhante a cheirar o mundo. Mas, por que é que os cães têm sempre o nariz húmido? A resposta vai além do charme canino. Há ciência por trás deste misterioso brilho.
O Superpoder do olfato: o “gel” que agarra cheiros
A trufa, aquela parte fria e macia do nariz, tem uma fina camada de muco. Esse “gel” captura moléculas de odor como um papel-cola aromático. Depois, o cão lambe o nariz para “recarregar” a humidade e levar parte desses cheiros para o órgão vomeronasal, uma espécie de “laboratório secreto” no céu da boca, afinando a análise. Por isso mesmo, um nariz húmido cheira melhor e mais longe.
Ar-condicionado portátil
Os cães praticamente não transpiram pelo corpo. Em vez disso, regulam a temperatura através do arfar e, um bocadinho, pelo nariz húmido. A evaporação da humidade na superfície do nariz ajuda a arrefecer aquela zona ricamente vascularizada. Pode não ser o mecanismo principal, mas dá uma mãozinha térmica, especialmente em dias mais quentes.
Design inteligente do sopro e do cheiro
Repare nas fendas laterais do nariz. Quando o cão expira, o ar sai de lado e não limpa os cheiros que está a farejar à frente. Isso permite cheiros rápidos, um atrás do outro, sem perder informação. A humidade mantém o epitélio olfativo feliz, e o fluxo de ar faz o resto.
Manutenção automática
Lamber o nariz mantém a superfície limpa, húmida e sem poeiras. Menos sujidade significa sensores de cheiro mais expostos e eficientes. É como limpar a lente da câmara antes de tirar uma foto.
O nariz seco é um problema?
Nem sempre. É normal o focinho ficar mais seco quando o cão dorme, está deitado ao sol, em ambientes aquecidos ou com vento. Mas volta ao “modo brilhante” pouco depois. Também pode mantê-lo hidratado, usando uma pomada própria para nariz e almofadinhas. Só deve ficar alerta e consultar o veterinário, caso detete nariz gretado ou ferido, crostas persistentes, corrimento espesso, sangue, mudança súbita de cor, febre, apatia ou dificuldade a respirar.
