O antigo quarterback da NFL Tom Brady revelou que o seu atual cão, Junie, é um clone da cadela de família Lua, uma pit bull mix que morreu em dezembro de 2023. A revelação foi feita num comunicado da empresa de biotecnologia Colossal Biosciences, da qual Brady é investidor, e confirmada por vários meios de comunicação norte-americanos.
Segundo Brady, o processo começou ainda em vida de Lua, quando foi recolhida uma amostra de sangue através de um procedimento descrito como simples e não invasivo. Essa amostra foi depois utilizada para criar Junie, que partilha o mesmo material genético da cadela que acompanhou o jogador durante anos, incluindo campanhas publicitárias, como um anúncio da UGG em 2014.
Brady, sete vezes campeão do Super Bowl, afirmou que a família foi presenteada com uma segunda oportunidade graças à clonagem, sublinhando o forte laço emocional com Lua e, agora, com Junie. A cadela original, adotada por Brady e pela então mulher Gisele Bündchen, era presença frequente nas redes sociais do casal e foi alvo de várias homenagens quando morreu no final de 2023.
O anúncio público coincidiu com a confirmação de que a Colossal Biosciences adquiriu a Viagen Pets and Equine, empresa texana especializada em clonagem de animais de companhia e de equinos, conhecida por ter clonado animais de celebridades como Barbra Streisand e Paris Hilton. A Viagen cobra, em média, entre 50 mil dólares para clonar cães e gatos e 85 mil dólares para cavalos, valores que reforçam a ideia de que esta tecnologia continua reservada a uma minoria com elevado poder económico.
A Colossal Biosciences ganhou notoriedade com projetos de "desextinção", como tentativas de recriar espécies já desaparecidas, entre elas o mamute-lanoso e o pássaro dodô. A empresa afirma ainda ter participado no nascimento de três "crias de lobo-terrível", uma alegação que tem sido contestada por especialistas e organizações de conservação da natureza, que acusam a companhia de publicidade exagerada e pouca transparência científica.
A clonagem de Junie reacende o debate ético em torno da reprodução de animais de companhia por vias artificiais. Defensores da prática apontam a possibilidade de preservar laços afetivos e, no futuro, salvar espécies ameaçadas. Críticos lembram, porém, o custo elevado, os riscos de saúde associados ao processo e o facto de milhões de cães e gatos continuarem à espera de um lar em abrigos pelo mundo.