 
      Sinais de mau presságio ou apenas superstição? Há 7 animais que são associados ao Halloween... e há um motivo para isso
Do folclore medieval à cultura pop, este 'elenco' animal de Halloween não apareceu por acaso.
Abóboras à janela, capas a esvoaçar e aquela dúvida eterna: como é que gatos pretos, morcegos, corvos, corujas, aranhas, lobos, sapos e ratos se tornaram símbolos do Halloween? Há várias origens, desde as festividades celtas às superstições medievais, sem esquecer a época de caças às bruxas e a magia da literatura e cinema. Hoje trazemos algumas curiosidades sobre os animais associados à época mais assustadora do ano e como surgiu essa associação para cada um deles.
Gatos pretos dão azar?
Na Europa medieval, os gatos, especialmente os pretos, foram ligados à bruxaria e, alguns, acreditavam até que eram bruxas transformadas. Depois a cor preta, associada à noite e ao desconhecido, fez o resto. Mas há um fato curioso: em várias culturas, o gato preto é sinal de sorte, não de azar. Por exemplo, os marujos britânicos consideravam-nos amuletos para viagens seguras.

Morcegos, os "vampiros" disfarçados
As fogueiras do Samhain (festividade celta de mudança de estação) e festas outonais atraíam insetos e, claro, morcegos. A associação com a noite e as lendas sobre sangue e vampiros, desenvolvida pela literatura e cinema, cimentaram esta associação. Na verdade, a maioria destes animais alimenta-se de insetos e um único morcego pode comer milhares numa noite.

Corvos, os presságios de penas pretas
A cor preta e o hábito de aparecerem em locais de morte, já que são necrófagos, renderam aos corvos a reputação de mau presságio. Depois, séculos de folclore e a literatura, incluindo obras como "The Raven" de Edgar Allen Poe ajudaram a cimentar esta lenda. A realidade é outra: os corvos são extremamente inteligentes. Reconhecem rostos humanos e conseguem guardar rancor (e gratidão), bem como usar ferramentas.

Corujas, os olhos que veem o invisível
Na Europa medieval, sons noturnos sem explicação eram sinais do “além”, e o grito de certas corujas passou a ser lido como presságio. A par disso, tal como os gatos, as corujas foram associadas a bruxas como “familiares” (espíritos-auxiliares), e o símbolo colou no imaginário popular, sobretudo em gravuras e panfletos dos séculos XVI–XVII. A realidade? São apenas aves noturnas, curiosas, que adoram caçar pequenos roedores.

Aranhas, as tecedeiras do destino
Muitas espécies de aranhas atingem o tamanho adulto no final do verão e início do outono. Os machos andam mais à vista à procura de parceiras, e as teias ficam grandes e “fotogénicas”. Resultado: quando chega o Halloween, parece que “surgiram” de propósito para marcar esta época. Depois, em mitos europeus (e não só), tecer está ligado ao destino. Assim, a aranha, mestre em tecelagem invisível, ganhou fama de criatura entre o natural e o sobrenatural.

Lobos (e lobisomens) com uivos e luas cheias
Na Europa medieval e moderna, espalharam-se lendas de metamorfose, os lobisomens, às vezes ligadas a feitiços, maldições ou castigos divinos. Essas narrativas deram rosto ao medo: aquilo que é humano, mas fica selvagem quando a noite cai. Com a popularidade do filme "Lobisomem" nos anos 40 e associação à lua cheia, o lobo tornou-se um símbolo incontornável do Halloween.

Sapos, as maldições das bruxas
Em grimórios e folclore europeu, anfíbios aparecem como ingredientes mágicos e companheiros de bruxas, que são símbolo de maldições e causam verrugas a quem lhes tocar. Na verdade, a pele dos sapos tem glândulas com substâncias de defesa. E não, não fazem nascer verrugas na pele. São apenas anfíbios incompreendidos e inofensivos.
