Há gigantes a caminho do Alentejo! O primeiro santuário europeu para elefantes abre portas em 2026
Mundo Animal

Há gigantes a caminho do Alentejo! O primeiro santuário europeu para elefantes abre portas em 2026

No coração do Alentejo está a nascer um santuário que vai dar uma nova vida a elefantes resgatados de circos e zoos europeus.


Dentro de pouco tempo, o Alentejo vai ganhar novos vizinhos com mais de três toneladas e orelhas do tamanho de chapéus de sol. Entre Vila Viçosa e Alandroal está a nascer o primeiro grande santuário europeu para elefantes que viveram em cativeiro, desenvolvido pela organização sem fins lucrativos Pangea. Os promotores apontam para a chegada dos primeiros animais entre janeiro e março de 2026, depois de vários anos de estudos, licenças e obras no terreno. 

O santuário ocupa cerca de 402 hectares de montado e campo alentejano, o equivalente a centenas de campos de futebol, e terá capacidade para acolher entre 20 e 30 elefantes ao longo do tempo. O local foi escolhido após um estudo de viabilidade europeu que avaliou clima, biodiversidade, privacidade e sustentabilidade do local. A ideia é transformar uma antiga exploração agropecuária num espaço natural onde os elefantes possam viver com dignidade… e com muito espaço para passear. 

Ao contrário de um zoológico, o objetivo aqui não é ter animais “em exposição”, mas dar-lhes um lar vitalício. Os elefantes virão sobretudo de circos onde o uso de animais selvagens foi proibido e de jardins zoológicos que já não conseguem garantir boas condições ou querem deixar de ter elefantes. Muitos passaram décadas em recintos pequenos, sem poder andar quilómetros por dia nem viver em grupo. No santuário terão grandes habitats naturais, poderão forragear, tomar banhos de lama e socializar.

A primeira estrela desta nova “aldeia de gigantes” será Kariba, uma elefante africana que viveu cerca de 40 anos em vários zoos europeus e atualmente está num jardim zoológico na Bélgica. A chegada está prevista para o início de 2026, assim que estiverem prontos os primeiros estábulos, cercas dimensionadas para aguentar 60 toneladas e zonas de adaptação. A equipa da Pangea prevê investir cerca de 15 milhões de euros em dez anos para concluir o projeto, que inclui infraestruturas de cuidado animal e monitorização científica do bem-estar dos elefantes. 

Ao mesmo tempo, o santuário aposta na recuperação ecológica do terreno, aumentando a biodiversidade em vez de a reduzir. Uma boa notícia para aves, insetos, plantas e, claro, para os próprios elefantes.