O nascimento de um filhote de orca foi registado na natureza pela primeira vez na história, em imagens e vídeos de grande detalhe captados no norte da Noruega. O momento, ocorrido a 2 de novembro de 2025, ao largo de Skjervøy, permitiu documentar não só o parto, mas também a primeira hora de vida da cria, algo inédito para a ciência e para a conservação destes mamíferos marinhos.
Tudo aconteceu durante um passeio de observação de baleias, quando vários barcos repararam num grupo de orcas, maioritariamente fêmeas e juvenis, a agitar-se de forma invulgar perto da superfície. De repente, a água ficou tingida de vermelho e, por instantes, muitos pensaram estar perante um ataque ou um animal morto. Até que a cabeça minúscula de um novo filhote surgiu à tona, revelando que se tratava de um parto em direto.
Equipas da organização Norwegian Orca Survey e do projeto Orca Channel aproveitaram a oportunidade para lançar drones e usar sensores acústicos, registando com precisão o comportamento do grupo e o esforço da cria nos primeiros minutos. As orcas formaram um círculo protetor à volta do recém-nascido e empurraram-no repetidamente para a superfície, ajudando-o a respirar, num período inicial de cerca de 15 minutos em que o filhote parecia ter dificuldades em manter-se à tona.
As imagens permitiram identificar a mãe como NKW-591, uma fêmea conhecida dos investigadores desde 2013 e que já teve várias crias, o que ajuda a explicar a forte coordenação do grupo à sua volta. O drone mostrou ainda que a barbatana dorsal do filhote estava dobrada, algo considerado normal nas primeiras horas após o nascimento, e que o animal acabou por começar a nadar sozinho após o período crítico inicial.
Para além da emoção óbvia de testemunhar o início de uma nova vida no Ártico, o registo é visto como um marco histórico: é a primeira documentação completa de um parto de orca e da primeira hora de vida de uma cria em ambiente selvagem.
